Ah! Voltar aos bancos escolares…

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    Sublimes tempos.

         As manhãs tinham mais cores, o céu era mais azul, a brisa soprava mansa e acariciava nossas faces juvenis.

         Havia sempre uma esperança no ar, que não sabíamos nem do quê e para quê, mas sempre havia ilusões e fantasias.   

         Era um mundo mais mundo…repleto de humanidade, companheirismo e solidariedade.

         Éramos juntos, sempre juntos…

Amávamos o todos por um e, o um por todos.

Viver aqueles tempos foi bom demais.

Foi extasiante.

“Quero falar de uma coisa, adivinha onde ela anda
Deve estar dentro do peito, ou caminha pelo ar

Pode estar aqui do lado, bem mais perto que pensamos
A folha da juventude, é o nome certo desse amor.”

        

Caminhávamos trôpegos, é bem verdade, mas errar ou acertar, estava em nossos desígnios, quando na verdade, aprender era a coisa mais certa a fazer.

É preciso que se diga que não é o erro, mas a correção do erro que nos ensina.

Não havia o tempo, havia momentos, e que achávamos intermináveis em nossa vã filosofia, sem jamais ter vontade de que tudo isso fosse passar.

De que vale o amanhã se tínhamos o hoje em nossas mãos?

Viver era preciso e viver era o que fazíamos…mais, muito mais, pois eram tempos simples: o tempo do giz.

Éramos apenas e tão somente jovens vivendo…

 

“Já podaram seus momentos, desviaram seu destino
Seu sorriso de menino, quantas vezes se escondeu

Mas renova-se a esperança, nova aurora a cada dia
E há que se cuidar do broto, pra que a vida nos dê flor e fruto.”

        

Estudantes! Era o que éramos…

         Buscávamos nos bancos escolares a vida que ganhávamos lá fora, cheia de energias e boas intenções, com respeito e dignidade, no reflexo intuitivo de tudo aquilo que aprendíamos em casa, com os nossos pais.

         Éramos estudantes que buscavam o amor e a paz, conhecimento do saber e, a prospecção de um futuro com mais chances de continuarmos dignos de nossas próprias essências.

         Ah, se pudéssemos viver tudo e tudo de novo…

         …hoje lembramos com uma ponta de tristeza, que aquele nosso tempo acabou…

         Tínhamos em nossas mãos a própria felicidade, sem a pressa de chegar ao futuro ou, até mesmo, de sequer sonhar que um dia deixaríamos de existir em todo este contexto, na exuberância da juventude, das alegrias e contentamentos.

         Cada um tomou um rumo diferente, rumo que o próprio destino se encarregou de traçar…de definir…sem sentir e nem mesmo comensurar nossas dores.

         E assim ficamos, distantes uns dos outros, para sempre.

         A vida é curta, independentemente de qualquer coisa, mas ainda assim é valiosa, pois nos dá a oportunidade das lembranças, mesmo com alguns suspiros.

         Aprendemos muito, além das aulas de matemática, física e português…aprendemos que sentir saudades é o mesmo que dizer aos outros que amamos aquele tempo.

         Amávamos viver a vida!

         Voltar às aulas…

         Estudantes! Amem todos os dias, sempre e cada vez mais, como se fossem únicos em suas vidas…porque em algum dado instante da caminhada, vocês vão sentir saudades destes tão simples momentos.

         Agora é a hora!

        

“Coração de estudante, há que se cuidar da vida
Há que se cuidar do mundo, tomar conta da amizade

Alegria e muito sonho, espalhados no caminho
Verdes planta e sentimento, folhas, coração, juventude e fé.”