Com os seis depoimentos realizados ao longo dessa quarta-feira (22), foi encerrada a etapa de oitivas de testemunhas no júri de Leandro Boldrini. O pai de Bernardo Boldrini é acusado de ser o mentor intelectual da morte do filho, ocorrida em abril de 2014. O julgamento está ocorrendo no Salão do Júri do Fórum da Comarca de Três Passos. Assim como na terça-feira (21), o réu não acompanhou os depoimentos. Segundo os advogados de defesa, Lenadro Boldrini teve problemas de saúde.
Nesta quinta-feira (23), o júri se encaminha para a reta final. A previsão é de que pela manhã tenha ocorrido o interrogatório do réu, encerrando a fase de instrução plenária. Já na parte da tarde, devem ser realizados os debates orais entre acusação e defesa. Após, o Conselho de Sentença se reunirá para decidir sobre o caso.
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Depoimentos
O primeiro depoimento realizado nessa quarta-feira foi de Marlize Cecília Renz, que trabalhou com Leandro no Hospital de Três Passos. Ela afirmou que o médico era extremamente focado no trabalho e ocupado, mas que tratava o filho com carinho e confiava que Graciele e as babás tomassem conta dele. A madrasta, no começo da relação, era amistosa com o enteado, mas a situação mudou com a chegada da filha caçula. Contou que a tensão se agravou com a ida do menino até as autoridades, no começo de 2014, para relatar a situação vivida em casa, o que despertou a raiva de Graciele.
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Marlize também relatou que, dias antes do desaparecimento de Bernardo, se deu conta de que havia sumido ampolas de Midazolam (o sedativo utilizado para colocar Bernardo Boldrini para dormir) e que comunicou o fato a Leandro e Graciele, porque o fato não era comum. Disse que Leandro sabia que a companheira não gostava do enteado e que, inclusive, escondia as chaves de casa para que a criança não entrasse e não dava comida para Bernardo. Já em relação a Leandro, disse que nunca viu nenhum gesto de desamor ou agressivo dele com Bernardo.
Primo e amigo de Leandro, Andrigo Rebelato foi ouvido na condição de informante. Advogado, ele atua em processos cíveis representando o réu. Seu depoimento foi o último e o mais longo do dia. Os diálogos interceptados por telefone quando o médico já estava preso foi um dos pontos centrais da oitiva. Em um deles, Rebelato liga para um irmão de Leandro, orientando que sacasse o dinheiro das contas bancárias do médico, antes que a decisão judicial que determinasse o bloqueio dos valores fosse cumprida.
Ele contou que soube da morte de Bernardo através da mãe. “Ela disse que tinha algo muito errado. Depois da ligação da minha mãe, comecei a compactuar com a ideia dela”, afirmou.
Fonte: TJ / RS