CISMAS l Abandonados

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“A @prf rs alerta que feriados são os dias em que mais ocorrem casos de cães abandonados nas estradas federais. Se flagar esses maus-tratos ou ver algum cão nessa situação, ligue 191.”

Certa vez, já conversei com vocês sobre esse assunto.

Eu nem posso imaginar o tamanho da dor.

            Muitos pensam que os animais não possuem sentimentos, enganam-se redondamente.

            Chegamos ao fim do veraneio do ano de 2022 e, provavelmente para a grande maioria foi um maravilhoso deleite.

            Férias, praia, sol e mar, uma combinação inigualável, que sempre é um sonho de consumo.

            Um período em que jogamos as preocupações para o alto, em que buscamos apenas e tão somente o lazer, a descontração, o encontro com a família e os amigos, que não deixa de ser um paraíso, terráqueo, mas um paraíso… muito embora ainda os resquícios de uma pandemia.

            Mas, quando se trata de animais, principalmente dos admiráveis cachorros e gatos, todo esse paraíso se desvanece e uma grande escuridão toma conta da alma e do coração daqueles que são desprovidos de tais sentimentos.

            Acontece que o período que marca o fim do veraneio, é que começa a tortura, o sofrimento, o abandono de muitos animais nas praias e, por incrível que pareça, até mesmo nas rodovias de intenso movimento.

            Por quê, meu Deus?

            Até onde vai a crueldade das pessoas, que conscientemente fazem este tipo de maldade?

            Onde foi que erramos no decorrer da evolução humana?

            Os animaizinhos indefesos, que pensaram um dia ser amados, são brutalmente abandonados, e eu não encontro nenhuma razão para isso…

            Por que adotaram? Por que criaram? Por que deixaram estes animais se sentirem protegidos e, logo ali, os abandonam sem dó nem piedade?

            Sem respostas, pois não tem nada plausível que justifique tamanha barbaridade dessas.

            Simplesmente vão embora… e deixam à mercê da sorte, quem lhes confiou amor e sentiu-se protegido.

            Então, fico a imaginar o cãozinho ou o gato que, simplesmente é largado em qualquer lugar, vendo o carro ou a pessoa a se distanciar, pensando que ele virá, com toda a certeza, lhe buscar a qualquer momento.

            Tenha a plena convicção que esses covardes ou essas covardes, no ato cruel do descarte de quem lhes amou, não está com a sua família, com os seus filhos, não tem ninguém por testemunha ou parceria.

            Por que será?

            Infames.

– Não, meus pequenos e indefesos amigos, eles não virão lhes buscar, porque foram covardes e brutais, idiotas e insensíveis, frios e calculistas, desprovidos de todo e qualquer sentimento e, simplesmente descartaram-no com toda a crueldade do mundo.

– E, o mais hediondo de tudo, meus queridos amiguinhos: não só eles não virão mais, como vocês nunca mais vão vê-los.

– Vais deitar-te nesse lugar em que te depuseram, vais te “enrolar” como num pedido de clemência e, virá o inverno e as outras estações, e ficarás sós e abandonado com as suas lembranças.

            Meu Deus, quanta tristeza.

– Então, certo dia, corajosamente levantarás e percorrerás os prováveis lugares que poderia achá-los, mas novamente a mera ilusão lhe trará ainda mais saudades, porque teus sentimentos são nobres e elevados.

– Mas, acredite, eles te abandonaram.

            Por isso, se você passar por um cachorro ou gato de rua, por favor, não o xingue, não o maltrate e nem o expulse, lembre-se que a dor que este animal está sentindo é infinita, e com certeza, causada por um semelhante seu.

            Lembrem-se: eles também possuem sentimentos, aliás, nobres sentimentos.

            Por outra, graças ao Bom Deus existem as ONGs e as pessoas caridosas, que fazem um trabalho magnífico, dando aos nossos amiguinhos guarida, para que possam, agora sim, voltar ao convívio de uma família que lhes dê carinho, afeto e proteção.

            Por clemência: façam adoção consciente, por favor.

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N.B – Em 2021, a @prf rs registrou 20 acidentes graves no RS em rodovias federais devido a animais na pista. 136 bichinhos mortos foram recolhidos e mais de 400 conduzidos vivos.