Coluna Agenda

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Por: Humberto Krretta

NÃO VOU RASGAR NENHUMA FOLHA…

         “Não há melhor e mais sapiente filosofia, do que aquela que a vida te ensina.” – Thyago.

         Eis aí um princípio que todos nós deveríamos compreender bem.

         A minha, a sua vida, ninguém tem um melhor conceito de tudo aquilo que se caminhou e, como se caminhou, do que nós mesmos.

         Dizem que se alguém lhe endereçar uma crítica, convide-a a calçar os seus sapatos, os sapatos da sua caminhada.

         Verdadeiramente, cada um sabe de si.

         Pelo tempo que já se passou, e, somos aquela geração que está indo embora, quando formos convidados a deixar nossas impressões sobre a vida, ao rogo dos neófitos caminhantes, estaremos contribuindo de algum modo para a evolução da humanidade.

         Não, não é petulância não.

         Desde os tempos de calça curta, sempre ouvimos falar que deveríamos aprender com as pessoas mais idosas.

         Velhos no tempo, não no pensar, no viver, no ser e estar.

         Quantos ainda hoje, amarguram a condição de não ter trocado palavras sobre a vida, sobre as coisas, sobre o mundo, com as pessoas mais velhas?

         Pois são eles que sabem do tempo e do vento.

         Beber em suas sabedorias é sempre evitar atropelos pelos quais, não precisariam passar.

         Isso está claro.

         Escrever uma história, com seus percalços, suas vicissitudes, vitórias e alegrias, é o que podemos chamar de experiência, e só os anos vividos que trazem estas lições.

         Não procure em você, que hoje enverga a idade de filhos e netos, a sabedoria desta vida, pois não encontrarás.

         Para atravessar o vale da existência, não há como cruzar pelos céus e de avião…mesmo porque isso ninguém quer…ninguém quer abreviar as suas vidas, queimar etapas.

         Todavia, procurar o saber de um velho caminhante, sentados à beira das rodas de fogo, onde as almas tornam-se irmãs, é usar da sua inteligência para vencer as suas batalhas, vindouras por certeza.

         E a nós, intitulados os velhos caminhantes, iremos recordar as lições que depreendemos no decorrer de todos estes anos, instruindo-os com a Rosa dos Ventos em nossas mãos.

         Se existem mágoas, podemos ensinar que foram ocasionadas pelas nossas próprias expectativas, conosco e com quem nos acompanhou nos mais diversos períodos que vivemos.

         As vitórias, bem estas estão claras e vivas, pulsantes e serão contadas com muita alegria e felicidade, eufóricos com quem venceu junto conosco.

         Este livro é assim.

         A delineação do nosso tempo enquanto seres habitantes deste planeta de expiação (é preciso que se fale desta realidade), foram feitos por riscos e rabiscos, para cima e para baixo.

         O mundo é de expiação, e dele não se tem como escapulir.

         E as nossas verdades, são entremeadas por sucessos ou fracassos.

         Não há nada de mal nisso.

         Felizes daqueles que possuem aptidão de perceber que, versados sobre as boas lições que a geração 50/60 pode presenteá-los, as procurem sem mais remanchos.

         Usufruam, não esperem que os passageiros embarquem neste trem de todos nós.

         Podemos ser eternos em apenas um segundo, em uma palavra ou em gesto, capazes de distinguir momentos impossíveis de serem esquecidos.

         Não é arrogância ou insolência, é vida vivida, registrada no cartório da existência.

         Por isso, não rasgo nenhuma folha do livro de minha história, porque as folhas que virei foram lições que eu aprendi…

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