Contas e contas, para quem tiver paciência de contar

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Estive fazendo umas contas, aqui comigo, sobre a safra de soja desse ano, aqui no Estado. Segundo as estimativas oficiais, serão 22 milhões de toneladas. Uma produtividade esperada de 60 saca por hectare.

Safrão.

Com o preço atual da leguminosa, serão 40 bilhões de reais pagos aos produtores. Dinheiro grosso para a economia dos municípios.

Em média, dois terços da soja produzida no Brasil vai para exportação, em grão. O que dá quase 15 milhões de toneladas destinadas ao porto de Rio Grande. Calculando, de maneira grosseira, 50 toneladas de carga em cada caminhão, serão mais ou menos 300 mil viagens de caminhão para levar esse volume até o porto. Considerando, aqui, somente caminhões grande, e bem carregados.

Tomei como média a distância de 300 quilometros entre os depósitos e o porto. Sendo assim, serão 90 milhões de quilômetros percorridos por esses caminhões, transportando a safra. Somente na viagem de ida. Contando ida e volta, 180 milhões de quilômetros. Considerando uma média de 2 quilometros percorridos para gastar um litro de óleo diesel, resulta em 90 milhões de litros. A 6 reais o litro, 540 milhões de reais em combustível para transportar essa parte da safra até Rio Grande.

São números enormes, volumes enormes. Teremos problemas nas estradas, certamente. Se tivéssemos caminhões suficientes para colocar toda a safra de uma vez, seriam 300 mil caminhões. Tomando a média de 25 metros por caminhão, daria uma fila de 7.500 quilômetros.

Não existem tantos caminhões e nem seria permitido colocar um atrás do outro. Parece que a lei indica uma distância de 300 metros entre um caminhão e outro. Falando de veículo desse tamanho. Assim, se são 300 quilometros de viagem, somente 1.000 caminhões podem rodar por dia. O que dá 300 dias para levar todo esse volume para Rio Grande. Um ano inteiro, se considerarmos domingos e feriados.

Enfim, é muita coisa.