Por quem?

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          Nem sempre existe lógica em tudo aquilo que está sobre a face da Terra.

         Eu sou uma daquelas pessoas que não estou atrás de tudo sempre exato, a turma do “2 + 2 = 4”, desde que uma vez alguém me perguntou se eu tinha certeza de que todas as pessoas que passavam por mim na rua, eram “verdadeiras”.

         Como assim?

– Tu tocas em todas elas para saber se são “verdadeiras” ou não?

         Confesso, decididamente, que não.

         São as tais lições que a gente aprende no decorrer dos anos vividos.

         Mas, tudo isso só porque fui buscar uma lógica para a expressão: “dobrando o Cabo da Boa Esperança”, não sem antes dizer que o Cabo da Boa Esperança é uma península no sul do continente africano que foi contornada pela primeira vez em 1488, por Bartolomeu Dias. O lugar também é conhecido como “Cabo das Tormentas”, devido à grande quantidade de tormentas e ventos presentes na região.

         E, como para mim nem tudo é exato, é claro que não concordei com o que eu achei, ou seja, que esta expressão quer dizer que fulano morreu.

– O fulano “dobrou o Cabo da Boa Esperança” …quer dizer que o fulano morreu.

         Sei lá, mas não achei graça nenhuma nisso.

         Dentro dos “meus conheceres e saberes”, já diria nosso saudoso Chiquinho “Belisário”, dobrar o Cabo da Boa Esperança é que a pessoa já viveu bem mais do que a metade do seu caminho.

         É bem verdade de que já cumprimos nós (os 60+), além da metade da nossa etapa por aqui, então, já dobramos o Cabo da Boa Esperança…tem lógica.

         Essa é a versão de que conheço sobre a dita expressão.

         E, em se falando em mais da metade do caminho, os pensamentos se deixam fluir sobre tudo aquilo que vivemos, tudo aquilo porque passamos, pois estamos no trem da vida e, muitas paradas já se passaram, contudo, não sabemos como e em que estação vamos desembarcar.

         Somos dotados de lembranças e, justamente “do Cabo da Boa Esperança” em diante, elas retornam com muito mais frequência, quer sejam boas, quer não sejam.

         Dentro da doutrina espírita kardeciana, no momento de voltarmos ao plano carnal, escolhemos nossas tarefas, nossos caminhos, cientes de que precisamos resgatar alguns perrengues que ficaram para trás.

         Precisamos evoluir.

         E, vejam como os pensamentos voam, tal qual Lupicínio Rodrigues diz em sua linda música…” Felicidade foi-se embora e a saudade no meu peito, ainda mora…o pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar…”

         Então, me ponho a pensar se desde já, não poderíamos ao menos arquitetar a nossa próxima encarnação?

         Mas, sinceramente, não olho pelo lado material das coisas, mas muito e principalmente em tudo aquilo que deixei de fazer, e que ainda teria por realizar, daí sim, formatar minhas escolhas.

         Tente.

         Tenho quase certeza de que tudo isso lhe ajudará em muito a seguir em frente, após o Cabo da Boa Esperança, dando-lhe mais alento, afinal de contas existirá uma luz no fim do túnel, pois agora é você que vai conceber suas preferências.

         Pense em seus sentimentos, principalmente.

         Lembre-se de que terá mais uma vida à sua frente e, outras tantas emoções estarão presentes, serão vividas e compartilhadas.

         Querem ver o quanto é louco tudo isso: pois bem, coloquem no YouTube, ou no Spotify, quem sabe no seu CDPlayer, a música Emoções, do nosso eterno Roberto Carlos (nós “do Cabo da Boa Esperança” gostamos demais) …

         Não esqueçam que estão compondo os seus novos sentimentos para a sua próxima vinda a este planeta, e escolhas terão que ser feitas…

         Então, Roberto Carlos…

“Quando eu estou aqui, eu vivo esse momento lindo…são tantas já vividas, são momentos que eu não esqueci…detalhes de uma vida… se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.”

         E, em se falando de emoções e sentimentos, cabe uma boa pergunta: você se apaixonaria outra vez?

         Por quem?