Um pouco de paz

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         O que de fato não precisamos, neste exato momento, são de animosidades.

         Vivemos tempos atribulados, cheios de medos e incertezas, pancadas a toda hora, a todo instante, sejam elas trazidas pela inflação, sejam elas trazidas pela saúde precária com esta pandemia que está muito longe de acabar; é a gasolina nas nuvens, é a comida no prato do trabalhador que some paulatinamente…não, verdadeiramente não precisamos de tanta animosidade assim.

         O estado beligerante que se forma em torno de nós, como sociedade em um todo, cada vez mais mostra as suas bélicas entranhas, quando deveria ser totalmente ao contrário.

         Tomemos por exemplo este último Grenal.

         As cenas ao fim da partida foram lamentáveis e, olha que não tem lado.

         Os vitoriosos não deveriam ter provocado aos adversários (não, decididamente aquilo não é comemoração por comemoração…tinha certamente outro intuito) e, por conseguinte, os adversários não deveriam ter revidado.

         Aos profissionais do futebol, bem como em toda e qualquer situação, seja aonde for, não cabe tais atitudes.

         Quer queiram ou não, eles dão o exemplo…e este foi um grande mau exemplo.

         A flauta no esporte, dentro do respeito, da civilidade e sem exageros, deve ser considerada normal.

         Mas, vejam: dentro do respeito, da civilidade e sem exageros.

         O que ali aconteceu foram exageros de ambos os lados e, por isso, deu no que deu.

         Imaginem vocês se, por acaso, houvesse as duas torcidas em campo?

         Provavelmente estaríamos lamentando as vítimas no dia de hoje.

         Por favor, não é disso que precisamos.

         E as coisas não acontecem somente dentro dos estádios de futebol…

         Vê-se no trânsito pessoas se xingando e, estão aí os exemplos de chegarem as vias de fato, até mesmo com mortes a lamentar.

         Em filas, em bailes, no lazer e em aglomerações de fim de tarde, como na Orla do Guaíba, por exemplo.

         São inúmeros casos, inúmeros exemplos que aí estão para demonstrar o momento em que a sociedade está vivendo, quando deveria ser totalmente ao contrário.

         São atitudes totalmente condenáveis, causadas até por fenômenos sociais transformadores, e sim, como a situação econômica que vive o nosso país.

         Nem a psicologia e tampouco a psiquiatria são a minha especialidade (longe, muito longe disso), mas não é difícil perceber tais fenômenos e, para tanto, basta observar o ânimo das pessoas.

         O estado mavórcio vive latente em cada um de nós, sobreviventes neste caos chamado de Brasil.

         Para desencadear a violência, estamos a um passo da desordem.

         O cidadão brasileiro já vive praticamente na miséria e, este sentimento é o estopim para detonar a sua insatisfação, quando então, a descarrega nos momentos em que participa, socialmente, e que seriam para ser divertidos.

         Não, não é disso que precisamos.

         Vivemos momentos delicados em que precisamos urgentemente de muita paz, de tranquilidade, de muito amor e compreensão, e de fraternidade.

         Brigas e pancadarias são do tempo das cavernas, onde o mais forte dominava aos mais fracos, mas não nos pertencem mais.

         Os tempos neandertais, datando do período Pleistoceno (cerca de 2 milhões e 500 mil a 12 mil anos atrás), já passaram.

O pré-histórico já não existe mais dentro de nós e, fomos denominados racionais.

Então, usemos a razão, ora bolas.

“A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos.” Albert Einstein

Uma sociedade pode-se dizer perfeita quando composta de muita paz e harmonia.

Estamos carentes de tudo isso, de muita paz e harmonia.

Então, sobrará tempo para juntos, construirmos uma vida muito melhor para se viver.

O respeito é o único acordo que nos concede a paz.