Autor de feminicídio é condenado a mais de 21 anos

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Viviane Cardoso de Souza foi morta no dia 30 de abril de 2021
O Tribunal do Júri da Comarca de Encruzilhada do Sul considerou culpado Aldair Dias por matar a tiros a ex-companheira Viviane Cardoso de Souza, na época com 29 anos. O crime com as qualificadoras de feminicídio e de recurso que dificultou a defesa e também pelos crimes conexos de cárcere privado e ameaça foi cometido em 30 de abril de 2021.
Com a decisão dos jurados, a Juíza de Direito Priscila Anadon Carvalho fixou a pena ao réu em 21 anos, quatro meses e cinco dias de reclusão em regime inicial fechado, mais 1 mês e 15 dias de detenção (pela ameaça).
A sessão de julgamento aconteceu na quarta-feira (20/7) no Foro local. Preso preventivamente desde alguns dias depois do feminicídio, ele não poderá recorrer em liberdade.
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Conforme a denúncia do Ministério Público, a vítima estava na casa de uma amiga, próximo a Praça da Santa, no centro de Encruzilhada do Sul, quando o réu invadiu o local e a atingiu com disparos de arma de fogo. Nove dias antes, ele a manteve em cárcere privado dentro de um carro por cerca de oito horas e a ameaçou. Pedido de medida protetiva foi deferido pela Justiça no dia seguinte. Mesmo assim ele continuou perseguindo Viviane de Souza e no dia 30 de abril acabou com a vida dela. A peça acusatória aponta que os crimes foram motivados pela inconformidade do réu com o fim do relacionamento, desejado pela vítima. Viviane deixou dois filhos.
Segundo a advogada Jaísa Veiga, que acompanhou o julgamento como representante da OAB no Conselho Municipal dos Direitos da mulher, a comunidade, através dos jurados, respondeu corretamente ao crime.
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“Considero que a sociedade deu uma resposta para esse crime tão bárbaro. O local onde aconteceu, é onde as pessoas vão se divertir e ele vai lá e mata uma mãe, simplesmente por não aceitar o final do relacionamento. Fica o alerta para que a população e principalmente para as mulheres que façam um registro de ocorrência sempre que forem ameaçadas. Infelizmente a vítima fez, mas a polícia não consegue estar em todo lugar em todo tempo. O assunto violência doméstica é uma epidemia, não acho outro nome para isso. Todo dia uma mulher morre vítima de feminicídio. Que o assunto não só seja debatido, mas que se tenha conscientização. Não adianta debater sem conscientizar. Então na escola deve debater, comunidade deve debater, porque isso é um problema social muito grave e que bom que neste caso a sociedade deu uma bela resposta”, disse a advogada Jaísa Veiga.
Fonte: TJRS – Edição: Jornal do Sudeste