A Rainha do Rock and Roll

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O mês de maio levou duas estrelas do rock. Morreram a Tina Turner e a nossa Rita Lee. Agora, cá para nós, a mídia tratou as duas como rainhas. Mas rainha só pode ter uma. Como decidir? A norteamericana Tina Turner vendeu mais de 100 milhões de discos. Mais discos que qualquer outra interprete de sua geração. Dona de uma voz poderosa, e de um carisma impressionante, apaixonou o mundo. Não teve uma vida fácil, foi vítima de um marido violento, e sua coragem em superar a malvadeza do homem foi um marco na luta das mulheres.

Dela, lembro um episódio entre todos. Na Austrália, depois do grande premio de formula 1, fazia um show para uma multidão. Então, chamou ao palco o saudoso Ayrton Senna, e cantou para ele “simply the best” (simplesmente o melhor). Foi uma homenagem a um desempenho fora de sério do piloto brasileiro.

Seria ela a Rainha do Rock?  Voz, carisma, presença no palco. Seriam os requisitos para a realeza?

Ou quem sabe a Rita Lee. Rita Lee Jones, essa sim a definição de Rock and Roll. Segundo especialistas, o rock não é grande coisa como música. Nem seus maiores ícones eram ou são grandes virtuoses dos instrumentos que tocam. Na verdade, o rock é mais uma quebra de padrões. Rebeldia.

Rita Lee era mais que rebelde. O termo rebelde foi usado para definir seu comportamento, porque talvez não se encontrasse outra palavra para explicar sua vida. Era uma artista. Escreveu canções, cantou, criou moda, escreveu livros, desenhou, pintou e bordou. Enfim, tinha mil faces. Sua arte colaborou para mudanças de costumes de uma geração. Principalmente das meninas das décadas de 60, 70, 80, 90, e daí para a frente.

Sem querer ser bairrista, Rita Lee é minha preferida. Ouvi bastante a Tina Turner, mas muito mais a Rita Lee. Tínhamos em casa o “Fruto Proibido”, álbum com a banda Tutti Frutti. Genial. Li o livro “Rita Lee, uma autobiografia”. Gostei, me diverti muito.

Enfim. Tina Turner foi ótima. Mas a brasileira foi imensa. Mesmo assim, não poderia ser Rainha. Porque seria injusto dar esse título a nossa Rita. Assim como é pouco taxá-la de rebelde. Ela foi mais que rebelde ou rainha. Não tem definição. Rita Lee é Rita Lee. E pronto!

E o cargo de Rainha continuará vago.