CISMAS l Tudo do mesmo

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        “Eu me prestei…”

        Sinto no ar que a expressão acima deve ter sido cunhada em solo gaúcho, será que não?

        Esta minha impressão de ser coisas do nosso Rio Grande do Sul, vem da sinceridade e objetividade do que a expressão encerra.

        Direta, concisa, e sem delongas.

        Confesso que pesquisei para ver se encontrava alguma coisa que me desse um norte, mas nada encontrei a respeito do assunto.

        Então, fica no ar a minha desconfiança de que deve ser sim coisa de gaúcho.

        Mas tudo isso para dizer a vocês que, na terça-feira p.p. “eu me prestei” para escutar na Rádio Gaúcha FM, pela manhã, o primeiro debate dos candidatos ao governo do Estado do Rio Grande do Sul.

        Curiosidade?

        Mais do que isso, pois de tanto se falar, de tanto se querer, de tanto esperar para que os debates fossem propositivos, respeitosos, discutidos apenas no campo das ideias, senti a necessidade de saber como vai ser daqui para frente.

        Devo admitir de pronto que respeitoso e sem agressões pessoais, foi uma tônica deste debate, sem sombra de dúvidas…claro que um ou outro escorregão aconteceu, mas digamos que é do jogo… (tenho cismas com isso de dizer que é do jogo).

        No entanto, quando o assunto foi os planos, as ideias, as fórmulas para se chegar a um Estado de que todos nós queremos e almejamos por tantas décadas, escutei mais do mesmo, sem nenhuma novidade.

        Soluções mirabolantes, ideias fantásticas, soluções inimagináveis, como sempre foi e é o jeito de se fazer política neste país.

        Repito, tudo do mesmo, nada de novo.

        Promessas, promessas, promessas…o de sempre, sem tirar e nem por.

        Planos, ideias, soluções foram expostas, mesmo que metaforicamente, só que a grande questão é: como fazer?

        Nada e ninguém disse com todas as letras como vão chegar aos bons resultados.

        É a velha máxima: o papel aceita tudo.

        Nada é factível à primeira (segunda, terceira…) vista.

        São castelos de areia na beira da praia.

        Nenhuma proposta se sustenta na prática, pois é muito fácil falar no fim, embelezar, enfeitar, adornar os resultados, mas e como fazer?

        Um dos principais entraves para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul é a dívida do Estado, quase o dobro do que a arrecadação anual.

Em dezembro de 2021, segundo dados do último relatório oficial do governo, o passivo chegou a R$ 86 bilhões, nove vezes o orçamento anual da Educação.

Vejam que os números são assustadores, mas, como todo o bom candidato tupiniquim, nada os assusta, ao contrário, traçam planos fantásticos, mas no fim e ao cabo, inexequíveis.

Douram a pílula (que nada mais é do que promessas jogadas ao vento) aos eleitores, mas não dizem de onde virão os recursos, como executar, quando, quem…nada é objetivo.

Cuidado, pois aí mora o perigo.

Pensem nisso, enquanto eu lhes desejo um excelente final de semana.