Eu e o trevo do Vaticano

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Ano novo, fatos importantes da virada: assume o novo Presidente do Brasil. Morreu Pelé. Morreu o Papa Emérito Bento XVI.

A posse, cercada de muitas dúvidas por causa dos movimentos de protesto. Nada de ruim aconteceu. Existe oposição. Sempre existiu. Não entendo de política, mas tenho minhas opiniões, e também um pensamento otimista. Desejo que as expectativas de melhora da condição de vida de todos os brasileiros se concretizem. No mais, é seguir trabalhando e cuidando da vida.

Pelé. O Rei do futebol. Não tive o privilégio de assistir pessoalmente jogando futebol. Mas acompanhei pelo rádio, pela televisão. Foi meu ídolo. Despertei para a torcida naquele longínquo inverno de 1970, quando o melhor time que já vi encantou o mundo e conquistou o tri campeonato mundial.

Hoje, percebo que o Pelé era um grande jogador. Mas o mundo buscava um ícone. Foi um tempo em que a mídia, como se conhece hoje, estava se formando. Comparo Pelé aos Beatles. A cultura pop, de massa, entendeu que poderia promover ídolos. Fez com o futebol e com a música, também em outras áreas. Encontrou fenômenos. Somando um com outro, mudaram o mundo. Hoje está muito mais disseminado, e os ídolos duram menos tempo. Surgem, fazem sucesso e produzem muito mais dinheiro que Pelé ou os Beatles produziram em sua vida, e somem. Esses serão eternos porque foram os primeiros. E espetaculares. Se não fossem, num tempo em que não havia nada, nem com todo o esforço da propaganda teriam sido o sucesso que foram.

Por isso, Pelé é Pelé. O Rei. Para sempre.

Já o Papa Bento XVI eu tive o privilégio de ver. Uma única vez visitei a Itália, e o Vaticano. Quis o acaso que, nesse dia, o Papa estivesse rezando uma missa na Praça de São Pedro. Então eu estava lá. Não sou religioso, sou católico não praticante. Mas estive lá e vi. Nesse dia, visitei o museu do Vaticano. No pátio do museu, havia um gramado, e nesse gramado percebi a presença de trevos. Apanhei um. Guardei na minha carteira. Depois, de volta em casa, coloquei dentro de um papelzinho e esse, dentro de um livro de botânica. No papel, escrevi, “trevo que apanhei no jardim do Vaticano. Maio de 2012”.

É uma lembrança que guardo com carinho.