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TEMPOS DAS CÁPSULAS DE CAFÉ

        Minha filha Thaís foi quem me observou.

        Estamos nos tempos das cápsulas de café.

        Ou seja, estamos já e definitivamente no ano de 2024 e, logo ali, ao nos darmos conta, provavelmente já estaremos em 2034.

        O tempo voa, indubitavelmente, não é mesmo?

        Bem diferente dos tempos de tomar café coado…teoria da Thaís.

        Num primeiro momento, era preciso torrar e moer os grãos do café.

        Logo em seguida e, desde que o fogão à lenha já estivesse com fogo alto e as chaleiras de ferro preta com água quente, era pegar uma “arandela” com um saco de tecido preso (que era o famoso coador de pano), um bule e colocar dentro do “saco de pano”, o café moído.

        Depois e no ato seguinte, colocar a arandela na volta do bule de modo que o saco de pano ficasse por dentro do bule com o café moído dentro e, pausadamente e com muita paciência ir derramando a água quente dentro do saco de pano para que o café fosse coado.

        Não preciso dizer e muitos de vocês já devem ter sentido o aroma indiscutível e por demais prazeroso de um café passado.

        Fantástico.

        De tão bom que o cheiro é, que fizeram até perfumes com a lembrança do café passado e, que muita gente aprecia.

        Por falar nisso, bem que poderiam também confeccionar perfumes com o cheiro de melão…

        Uma grande maioria por aí diz que o se o gosto da fruta do melão tivesse o gosto do cheiro do melão, seria incomparável.

        Outro dia vamos voltar a este assunto sobre “cheiros” … mas, agora, voltemos ao cheiro do café passado…

        Não, não é o assunto do cheiro do café passado, contudo também não podemos separar as cápsulas de café de hoje ( o tempo voa), e do ato de se passar café daquele tempo em que coar um café tinha toda uma rotina, tinha todo um ritual e, que, era uma verdadeira maravilha.

        Aliás, é até hoje.

        Naqueles tempos sim, os anos passavam bem mais calmos, mais vagarosos e com muto mais sabor, não restam dúvidas.

        E, foi exatamente nesta balada que a minha filha Thaís me reportou que hoje em dia, ao invés de estarmos vivendo no tempo de coar café, hoje os nossos dias são das cápsulas de café nas suas respectivas máquinas.

        Tudo é muito mais rápido, tudo é assaz ligeiro, tudo é para ontem e, consequentemente muito pouco ou quase nada deixam no ar aquele “gostinho” do cheiro do café passado.

        Pois vejam, ainda ontem estávamos vivendo os tempos do carnaval, os desfiles das campeãs, e, logo em seguida a Páscoa…chocolates…

        …e hoje, quer se queira ou não, estamos já no Ano de 2024!

Santo Agostinho disse com grande inteligência que poucas coisas eram tão complexas de definir como o tempo.

 “Se ninguém me pergunta, eu sei o que é, mas se alguém me pergunta o que é o tempo, não sou capaz de explicar.”

Neste mesmo embalo, minha filha Thaís teve a intuição magistral de definir a velocidade do tempo…do café passado pelo coador às cápsulas de café das máquinas modernas, mas sem aquele cheirinho inconfundível e agradabilíssimo do café do coador.

Difícil acreditar, mas…

…já estamos em 2024.  

Adelante!